O Saruê ou Gambá-de-Orelha-Preta: Um Aliado do Ecossistema

Os saruês são conhecidos por se alimentarem de uma variedade de insetos, aracnídeos, roedores, cobras (pois eles são imunes ao veneno) e outros pequenos animais, o que os torna aliados naturais na regulação de populações de pragas. Ao controlar essas populações, eles ajudam a manter o equilíbrio nos ecossistemas. Isso é especialmente relevante em áreas urbanas, onde a presença de pragas pode causar problemas de saúde pública e danos a propriedades.

Um dos equívocos mais comuns sobre o saruê é a crença de que ele é um transmissor da raiva. No entanto, essa informação é incorreta. Devido à sua baixa temperatura corporal, que gira em torno de 35 graus Celsius, o saruê não é um hospedeiro favorável para o vírus da raiva. Isso significa que, mesmo que um saruê seja mordido por um animal infectado, as condições em seu corpo não permitem a sobrevivência do vírus. Portanto, a preocupação com a transmissão de doenças aos seres humanos por essa espécie é infundada.

Atualmente, os saruês estão em época de reprodução, um período onde é comum avistá-los mais frequentemente. As fêmeas, após a gestação, dão à luz filhotes que são carregados em seu marsúpio, similar ao que ocorre com cangurus. Infelizmente, é possível encontrar mães mortas com filhotes ainda em seu marsúpio, o que evidencia a vulnerabilidade desses animais em ambientes urbanos e suas interações com tráfego e predadores.  A secretaria de Meio Ambiente de Itapecerica da Serra registrou no período de agosto a setembro o resgate de mais de 100 filhotes que perderam a mãe.

É essencial apreciar e preservar o saruê e seu papel no ecossistema. Reconhecer sua importância como controlador de pragas e desmistificar informações errôneas sobre doenças é fundamental para promover uma convivência harmoniosa entre humanos e fauna silvestre. O manejo adequado e a educação ambiental podem ajudar a proteger essa espécie valiosa e garantir que continue a contribuir para o equilíbrio do nosso meio ambiente.